Mauricio Teodoro da Silva, nascido em 28 de janeiro de 1966 e há 33 anos trabalha com Tattoo.  Brasileiro, nascido na Cidade de São Caetano do Sul e criado na cidade de Mauá; ambas compõem o ABC Paulista, região do Estado de São Paulo daqui do Brasil.


Desde sempre gosto muito de desenhar. Em época escolar, não me interessava pelas aulas e matérias, ficava desenhando no caderno o tempo todo. Adorava Revistas de Quadrinhos, principalmente as das histórias do Jack Kirby e Stan Lee. Era simplesmente fascinado, até hoje tenho guardado vários gibis da minha infância; ficava tentando reproduzi-los. 


Na adolescência pintava tênis iate para os amigos da minha cidade e conseguia ganhar uma grana. 
Meus pais foram alertados por um professor sobre minha inclinação para desenhar e, então, eles resolveram me matricular numa escola técnica de artes numa cidade vizinha da nossa chamada Santo André, também pertencente ao ABC Paulista do Estado de São Paulo. 


Em meados de 1986, aos 20 anos de idade comecei a frequentar uma loja de tattoo da minha cidade. Minha função era desenhar os flashes para os tatuadores. Aos poucos as coisas foram acontecendo e comecei a tatuar também, mas, de maneira bem despretensiosa. Claro que não demorou em pegar gosto pela coisa, sem contar a grana boa que comecei ganhar. Ganhava para fazer o que mais gostava; desenhar. 

Nunca defini um estilo para meus desenhos, no entanto, gosto muito de fantasia e costumo explorar, ao máximo, temas como: mitologias e suas culturas variadas.  Mas é certo que tenho muita afinidade com os estilos técnicos de tatuagens tradicionais e orientais.  Com o tempo tudo sempre muda.

E partindo desse conceito, procuro simplificar o máximo que consigo, porque acredito ter compreendido que a beleza de todas as coisas estão no mais simples possível de que elas puderem ser. 


Como disse Roger Scruton; “Toda arte, sem exceção, é uma expressão da Beleza do Supremo”. “Arte é beleza, e beleza é arte.”  

Para mim, com o tempo, isso foi ficando cada vez mais claro. Simplicidade não significa, de forma alguma, diminuir a sua beleza, basta sempre estar focada na essência e no olhar do artista.  

Para o meu desenvolvimento pessoal, sempre foi e continua sendo essencial pintar. Mas, trata-se de um gosto que me dá entusiasmo e alegria. Pintar me deixa calmo e relaxado, principalmente se eu estiver sozinho, com silêncio total, no máximo ouvindo minhas músicas.  


No entanto, não penso que seja assim para todos os artistas, cada qual deve ter seu tempo, intimidade e afinidade com sua arte. Aquele ponto, o momento, o lugar que o motive e o inspire. Esse é o meu.  

No início da minha carreira não me preocupei com estilos e técnicas. Aproveitava todas as oportunidades que tinha para trabalhar. Estudava desenhos através dos materiais disponíveis da época; eram escassos e me virava como podia.  


Isso me ajudou a estudar e conhecer todos os estilos que hoje damos nomes como: Old Scholl, New School, Bold Line, tribal, aquarela, realismo, tradicional, oriental, etc.  


Então definitivamente não tenho um estilo único e nem favoritismo, me preocupo em estudar com afinco e dedicação cada desenho e entregar o meu máximo para cada cliente; porque no final das contas a tattoo é para ele “o cliente”.  

Quanto aos meus assuntos preferidos, acredito que toda boa conversa é uma troca de experiência, todo bom livro de artes é uma boa experiência. Eu não dispenso nenhum tipo de informação.  Sempre trabalhei com a agenda fechada e completamente sem tempo para pensar “projetos”; os que saiam sobre minha arte sempre eram feitos por amigos do meio.   

Com a Pandemia, tive a oportunidade de parar para olhar o acervo que produzi nos meus 30 e poucos anos de carreira. Aos poucos e com muita calma e paciência, estou organizando alguns projetos baseados em sonhos antigos.  

Para que eles saiam, estou focado em sketch, pinturas, releituras de desenhos antigos, novos desenhos, que funcionem não só para papel canvas, mas, para outros tipos de papéis tanto para desenhar, pintar e reproduzir.  
Tenho revisitado livros e imagens de desenhos que, em certa época me impressionaram, outros que eu não os entendia e que agora, mais maduro e simplificando a cada dia mais meus desenhos, consigo compreender melhor.

Mas, acima de tudo, estudar os clássicos que tanto contemplei por toda minha carreira. Como eu costumo brincar, o “crème de la crème”.  


Meu objetivo maior nesse projeto é recuar na história, para trazer à memória dos antigos e ao mesmo tempo apresentar aos novos os bons e velhos tempos da Tatuagem.  

História se constrói através de muitas janelas diferentes que nos auxiliam para nosso crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional.  


Acredito que a Tattoo já alcançou seu objetivo de ter um legado para passar adiante, precisamos urgentemente contar a nossa história.  

Fine Art – Uma Obra de Arte em Seu Ambiente

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